[Resenha] Z a cidade perdida

Z a cidade perdida - David Grann

Z a cidade perdida - David Grann
Sinopse - Companhia da Letras - 2009 - 424 páginas


Com sua narrativa impressionante David Grann nos retira do lugar comum, e nos faz embrenhar na floresta amazônica como se estivéssemos em uma realidade paralela, a selva e seus mistérios mortais são revelados com uma perspectiva de ecossistema pouco explorada por outros tantos autores que escreveram sobre o tema, o efeito é de sonho lúcido.

A não ficção de Grann está além da imaginação, contador de histórias nato já me surpreendeu com o enigmático “Assassinos da lua das flores”, e superou minhas expectativas [que eram altas] em “Z a cidade perdida”, que nos fisga da primeira até a última página, demonstrando que paixão é a alma da escrita de qualidade.

O mito sobre uma cidade perdida na selva e o homem que tornou-se um mito ao buscá-la…

Grann segue os passos desse homem, o explorador Percy H. Fawcett, sua busca pela descoberta arqueológica que mudaria a história da humanidade: uma ancestral civilização perdida na Amazônia – a lendária Eldorado. Imaginem que o personagem Indianna Jones foi inspirado nas expedições e façanhas de Fawcett. Mas quem era o homem por trás da personagem:

“... os mesmos fatores que faziam de Fawcett um grande explorador – sua fúria demoníaca, sua determinação e uma sensação quase divina de imortalidade – tornavam-no uma figura assustadora para quem estivesse em sua presença.”

A narração alternada entre 1ª e 3ª pessoa nos faz saltar entre presente e passado, entre a rota de Fawcett mediada pelos fragmentos de sua narrativa expedicionária, como diários de viagem e artefatos deixados, e a investigação de Grann em busca destes fragmentos e como ele formará o quebra-cabeça que fascina durante um século exploradores do mundo inteiro, tendo em vista que seu desaparecimento e paradeiro tornou-se uma obsessão mortal para muitos de seus seguidores.

“... um explorador da Amazônia, imerso em um caldeirão de calor, tem os sentidos constantemente assaltados... existe a chuva, e onde quer que o explorador pise existe um perigo à espreita: o mosquito da malária, uma lança, uma cobra, uma aranha, uma piranha. A mente tem que lidar com o terror de estar constantemente sitiada.”

Ação, mistério, suspense e muita aventura, entretanto David Grann, em sua busca pelo paradeiro de Fawcett, nos faz penetrar em realidades ainda mais sinistras ao confrontar o lado oculto da história, nos faz refletir sobre a atual situação da Amazônia; pontua a questão do desmatamento para extração ilegal de madeira ou assentamento agrícola, a violência contra os índios para apropriação de terras, a extração desmesurada de flora e fauna, enfim a invasão selvagem da Floresta por mãos humanas.

O livro é ricamente ilustrado com fotos da época, inúmeras notas e extensa bibliografia, mas, sobretudo, dois mapas detalhados das expedições de Fawcett: um das seis expedições de 1906 a 1914 na divisa da Amazônia com a Bolívia e o outro da rota da expedição de 1925 no sul da Amazônia, ou seja, a rota de seu desaparecimento, local em que muitos aventureiros já tentaram penetrar, sem êxito, em busca de Z a cidade perdida.

Hipnotizante.
Grann me cativou para sempre…

Essa leitura foi uma cortesia da Companhia das Letras.
Aguardamos seus comentários! By.:.

4 comentários

  1. Esta viagem a um cenário totalmente nosso é fabuloso! Não conhecia o livro, mas fiquei interessada muito em ver as imagens.
    Amo isso em livros assim,acaba se tornando como uma grande viagem mesmo ao cenário!
    Ainda mais se tratando de Amazônia, que com certeza, esconde tantos segredos e lendas.
    Vai para a lista de desejados.
    Beijo

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  2. Olá! Nossa essa é a primeira resenha que vejo de livro, já quero, que trama mega interessante, foi para todo da lista de desejados.
    Bjs

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  3. Não conhecia o autor e nunca tinha ouvido falar do livro mas, adorei! A resenha me empolgou, cheio de mistério e ação e ainda aqui, pelos nossos lados, rsrs.

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  4. Olá Rosem,
    Não sou de ler não-ficção, mas tenho que dizer que esse livro me conquistou. Acho a Floresta Amazônica tão rica, e que sabemos tão pouco dela, essas escritas são maravilhosas, conhecer um pouquinho de uma das relíquias de nosso país, não tenho dúvidas que, além de enriquecedor, é uma experiência incrível!!
    Beijos

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